Plantas medicinais no candomblé como elemento de resistência cultural e cuidado à saúde
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Introdução: A medicina popular denota uma constante vinculação com os credos religiosos. No Brasil, ainda são raras as pesquisas que avaliam o grau de utilização das plantas como medicamentos e sua inserção no âmbito religioso. Objetivos: estudar o uso de plantas medicinais pelos integrantes do candomblé, identificando as plantas utilizadas com maior frequência e as patologias costumeiramente tratadas. Métodos: Foram entrevistadas 25 pessoas entre eles “pais” e “mães” de santo e “mães” das folhas. A pesquisa é descritivo-exploratória, de abordagem qualitativa. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados a partir da abordagem temática dos discursos. Resultados: Em relação às plantas conhecidas pelos entrevistados foram citadas 29. Entre elas: Alpinia speciosa Schum (84%); Schinus terebinthifolius Raddi (68%); Plectranthus amboinicus (Lour.) (60%); Coleus barbatus Benth (56%); Ruta graveolens Linn (48%); Rosmarinus officinalis Linn (40%); Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf (32%); Phyllanthus amarus Schum. e Thorn (28%); Momordica charantia Linn (20%) e Chamomilla recutita (L.) Rauschert (12%). Para os entrevistados a utilização de plantas medicinais visa à promoção da saúde e a prevenção e o tratamento de doenças e de agravos diversos, tais como: cefaleia, resfriado comum, problemas gástricos, renais e intestinais, hipertensão, inflamações de um modo geral e vertigem. Conclusões: O uso de plantas medicinais por líderes do candomblé significa uma renovação de tradições milenares e uma expressão de resistência cultural, ainda que isso represente, de fato, um distanciamento do que hoje é conhecido como assistência convencional em saúde.
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por gomes silva (2018-05-30)